Informação para os pais e avós

Aqui explicam-se algumas formas de como os jovens podem ser afetados, quando alguém que lhes é próximo tem Demência. Enumeram-se algumas perguntas que as crianças podem fazer e maneiras de os pais e avós lidarem com estas.

Embora a grande maioria das pessoas com Demência seja idosa, podem existir crianças e adolescentes a viver na mesma casa ou na sua proximidade, que são fortemente afetadas pela doença de alguém que amam. Por exemplo, a avó pode ser diagnosticada com Demência ou no caso de uma Demência precoce, o diagnóstico pode ser feito ao pai. Numa altura em que os jovens estão a tentar lidar com o seu crescimento, têm também de lidar com um membro da família que está doente.

Lembre-se que as crianças não conseguem, de uma só vez, assimilar muita informação. Explique as coisas de uma forma simples e adequada ao seu nível de desenvolvimento.

Informar as crianças

A forma mais importante para ajudar os filhos ou netos a lidarem com a Demência é falar abertamente e estar disposto a ouvir. Eles necessitam da oportunidade de fazer perguntas e expressar os seus sentimentos, sem terem medo de uma reação negativa.

Adolescentes

Os adolescentes são, geralmente, bons a expressarem-se a si próprios e aos seus sentimentos, mas não se surpreenda se não iniciarem a conversa. Preste atenção a alguns sinais do comportamento que indiquem que o adolescente está a pensar sobre algo e tente falar abertamente com ele.

Alguns jovens podem ter dificuldade em falar com os pais, por não quererem preocupá-los ou por terem receio que eles fiquem tristes ou, ainda, de serem um fardo adicional. Os jovens podem preferir falar com pessoas da sua idade ou com um conselheiro.

Lembre-se
Os jovens irão reagir de forma diferente consoante:

  • A idade e o estádio de desenvolvimento;
  • A personalidade;
  • A importância que a pessoa com Demência tem nas suas vidas;
  • Quantas vezes interagem com essa pessoa

 

Perguntas que os jovens podem fazer:

  • O que está a acontecer à pessoa com Demência?
  • Porque é que isto está a acontecer?
  • Porque é que a medicina não consegue tratá-la?
  • Fiz alguma coisa para a pessoa ficar doente?
  • Será que também vou ter esta doença?
  • A pessoa vai morrer?
  • O que posso fazer para que a pessoa fique melhor?
  • Quem vai cuidar de mim?
  • Porque é que todos estão tão tristes e zangados?
  • Porque é que as coisas não podem ser como antes?

 

Emoções que os jovens podem sentir

  • Medo;
  • Culpa;
  • Negação;
  • Ciúme;
  • Ressentimento;
  • Frustração;
  • Raiva;
  • Tristeza;
  • Tensão e stress;
  • Constrangimento;
  • Enorme sentimento de responsabilidade;
  • Falta de vontade de assumir responsabilidade;
  • Desespero e desânimo;
  • Desamparo;

 

O que pode tentar

  • Mostre-lhes que são amados;
  • Reconheça que para eles também é difícil;
  • Permita que os jovens digam o que realmente sentem e não tenha medo dos sentimentos deles ou dos seus próprios sentimentos;
  • Ajude-os a enfrentar e a lidar com os piores medos. Às vezes, esses medos podem ser irreais, mas são certamente muito reais para a criança;
  • Tanto quanto possível, tente manter a estrutura familiar. Continuem a fazer algumas coisas que anteriormente faziam em família, pois isso vai dar aos seus filhos um sentimento de segurança e autoconfiança;
  • Tente diariamente passar algum tempo com os jovens. É importante que eles continuem a ter um tempo privado quando são o foco da sua atenção;
  • Faça planos para a família e execute-os. Seja persistente, mesmo que os jovens não fiquem muito entusiasmados com as suas sugestões;
  • Utilize os serviços de prestação de cuidados temporários, para que todos façam uma pausa;
  • Estimule os adolescentes a prosseguirem com as suas vidas e a fazerem os seus próprios planos;
  • Lide com os conflitos e problemas. Não os ignore;
  • Reserve alturas especiais para a família discutir as responsabilidades e os problemas, mas tente que o “ajudar” não se torne no interesse primordial;
  • Informe o professor da criança ou o psicólogo da escola de que alguém da família tem Demência. De vez em quando, contacte a escola para saber se a criança tem tido quaisquer problemas
  • Incentive a aprendizagem sobre a demência no contexto escolar

Os cuidadores precisam cuidar de si próprios e de tranquilizar as crianças de que não vão adoecer também.

Adaptado de Alzheimer Australia