Para quando um Plano Nacional para as Demências em Portugal?

 

Projetos de Resolução: As Demências como uma prioridade nacional

Em Outubro de 2010, os projetos de Resolução que propõem o reconhecimento das Demências como uma prioridade nacional foram aprovados na Assembleia da República.

A Assembleia da Republica aprovou dia 22 de Outubro de 2010 dois Projetos de Resolução, um do PSD e outro do CDS-PP, que propõem ao Governo o reconhecimento da Doença de Alzheimer e de outras formas de Demência como uma prioridade nacional, bem como a criação de um Programa ou Plano Nacional para as Demências, preconizando ambos uma série de medidas que o devem integrar.

Estes Projetos, que foram aprovados com a abstenção do Partido Socialista e com o voto favorável dos restantes partidos, vão ao encontro do que tem vindo a ser proposto e defendido pela Associação Alzheimer Portugal e representam um sinal claro de que Portugal, à semelhança de outros países europeus, poderá finalmente começar a lançar as bases de um Plano Nacional para as Demências.

Em Outubro de 2009, a Associação Alzheimer Portugal obteve por parte de deputados de todos os partidos com assento parlamentar um compromisso de um maior apoio na questão das demências e dos direitos das pessoas com Doença de Alzheimer, dos seus cuidadores e das suas famílias.

“Esta aprovação demonstra o apoio do Parlamento às propostas que a Alzheimer Portugal tem vindo a defender e constitui um marco fundamental do movimento europeu e nacional no sentido do reconhecimento da doença de Alzheimer e de outras formas de demência como prioridade de saúde pública.

O desafio de criar um Plano Nacional para as Demências é enorme e a sua concretização dependerá do envolvimento sério e convicto não só dos decisores políticos, nacionais e locais, mas também, e em grande medida, dos decisores económicos e sociais e de todos os cidadãos.

A todos cabe, desde já, sensibilizar e informar através de uma campanha nacional que retire as vítimas desta doença da solidão, do isolamento e do silêncio a que têm sido votados.

Reconhecida a prioridade e definidas as linhas mestras do Plano, a cada um de nós caberá saber nortear a nossa atuação no sentido de, e desde já, adaptar os recursos existentes às necessidades das 153 000 pessoas que em Portugal sofrem de alguma forma de demência.

Pela nossa parte, e como Associação que há 22 anos tem como objetivo primordial a melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores e familiares, tudo continuaremos a fazer para garantir que as palavras se traduzam em respostas concretas em matéria de cuidados, dos equipamentos e serviços específicos, da formação dos profissionais e dos cuidadores familiares e ainda das questões éticas e jurídicas.”

Maria do Rosário Zincke dos Reis
Presidente da Direção da Alzheimer Portugal
Outubro de 2010