
Resumo da reunião de 3 de Janeiro 2013
Deu-se início à reunião com algumas partilhas relativas a como foi
passada a quadra natalícia. Um denominador comum foi a importância dada ao planeamento do Natal, antecipando a quadra, e tendo em conta as várias variáveis de cada caso.
Um dos exemplos dados foi passar
as refeições associadas às festividades (consoada, noite de passagem de
ano,..), do jantar para o almoço. A meio do dia, os doentes encontram-se
mais ativos, alerta, interessados e disponíveis para socializar. A
chegada da noite, acaba por “desligar” esta energia e trazer a impaciência. A família acaba por “prescindir” de alguns rituais mas para
o doente faz toda a diferença.
Uma das cuidadoras referiu que, durante este tipo de refeições, os lugares à mesa são escolhidos de
forma estratégica, para dosear a comida e gerir melhor todas as interações.
Alguns dos cuidadores relataram também que os seus
doentes não se aperceberam que era natal, apesar da decoração e de todos
os estímulos, tendo sido um dia “normal”.
Parte da reunião foi
pautada pelo relato de mais um caso, recente na associação. Foi-nos
trazido pela R., filha da doente. Trata-se de um caso com diagnóstico
recente e de incidência precoce. Houve compreensão por parte da doente que se tratava da quadra natalícia, por associação ao Pai Natal
mascarado na consoada, mas passado alguns dias, esqueceu-se. Na passagem de ano, não ligou.
Neste caso, a doença trouxe mais extroversão
e desinibição, pois tratava-se de uma pessoa reservada. A problemática
mais eminente neste momento é a toma da medicação, que não está a ser
controlada na totalidade. Não há compreensão por parte da doente, da importância / necessidade da toma diária da medicação e a família está a tentar encontrar estratégias (através de alguma vizinha por exemplo) que garantam esta situação. Existe também a questão das refeições, que nem sempre são tomadas. Há dificuldade em elaborar a comida e de
garantir a diversidade da mesma, tornando-se muito difícil controlar
esta questão (recorde-se que a doente vive sozinha).
Estas questões são agravadas pelo facto da doente negar a doença. Refere
constantemente que ainda e capaz e é autónoma e não admite que a tirem de casa ou coloquem alguém a tomar conta dela de alguma forma.
Sendo
a prioridade a comida e medicação, há ainda outros assuntos a refletir
como a mudança de fogão de gás para elétrico, o controlo do dinheiro, o estabelecimento de uma relação de proximidade com a médica de família.
Em
suma, a doença é exigente e há várias batalhas a travar mas tem de ser
uma de cada vez, sob pena de um desgaste ainda maior da parte da família.
Sara
3 de janeiro de 2013