
Em Espanha, o promissor Tideglusib devia ter entrado na fase III do ensaio clínico no final de 2012.
O Conselho Superior de Investigações Científicas espanhol (CSIC) informou ontem em conferência de imprensa que, devido a cortes de financiamento, não pode levar a cabo a fase III do ensaio clínico de um fármaco contra a doença de Alzheimer.
Este medicamento (Tideglusib), que em modelos animais conseguiu aumentar a capacidade de aprendizagem, travar a morte neuronal e diminuir a inflamação cerebral, fica agora na gaveta.
Segundo Ana Martínez Gil, do Instituto de Química Médica do CSIC, o fármaco superou as fases I e II, tendo sido testado, com segurança, em 350 pacientes com Alzheimer. Durante estes testes, começaram a aparecer «leves sinais da sua eficácia?, diz.
Agora, a equipa de investigação está parada. «É necessário avançar com um ensaio clínico. Precisamos que sejam recrutados 1500 pacientes de vários países para comprovar a eficácia do fármaco em humanos?. Este ensaio devia ter arrancado em finais do ano passado.
A investigadora, que não especificou a quantidade de dinheiro necessário para a realização de um ensaio com estas características, indicou que o CSIC está em conversações com a administração, sendo que são os laboratório farmacêuticos que têm de financiar as fases III e IV (as duas últimas) dos ensaios clínicos. «Chega a um momento em que necessitamos de uma companhia farmacêutica ou de um novo modelo de companhia?, declara.
?No entanto, se houvesse vontade dos neurologistas dos hospitais públicos espanhóis e das administrações autónomas, este ensaio podia avançar pelo menos em Espanha?, afirma. Caso a sua eficácia ficasse provada, o medicamento podia entrar no mercado dentro de três anos e meio.
Os resultados do ensaio prévio do fármaco foram publicado em 2009 na revista «Neurobiology of Aging».
Fonte: Ciência Hoje