
Teve lugar nos dias 11 e 12 de Novembro, Fundação Gulbenkian, em Lisboa, a conferência internacional «Alzheimer e o Mediterrâneo: Trabalhando em Parceria para um Melhor Entendimento».
Esta conferência foi uma iniciativa conjunta da Alzheimer Portugal e da Associação Monegasca para a Investigação sobre a Doença de Alzheimer (AMPA) que trouxe a Portugal especialistas de diversos países do Mediterrâneo, tais como França, Espanha, Malta, Egipto, Marrocos, Libano, Grécia, entre outros.
Os países em torno do Mediterrâneo estão unidos por laços históricos, geográficos e culturais, mas mais do que isso, por valores comuns de solidariedade. Ainda há pouco conhecimento acerca dos problemas que rodeiam a doença de Alzheimer, a qual permanece sub estimada e insuficientemente documentada, especialmente nos países do Norte de África. Isto conduzirá, nos próximos anos, a consequências humanas, de saúde e sociais dramáticas, no Mediterrâneo.
Nesta conferência foram apresentados os Resultados Preliminares do Estudo da Aliança Alzheimer do Mediterrâneo (ALZMED). Coordenada pela Associação Monegasca para a Investigação sobre a Doença de Alzheimer (AMPA), a Aliança Alzheimer do Mediterrâneo, nasceu em 2013 e, actualmente congrega 14 países. Esta rede, composta de associações de Alzheimer, cientistas e profissionais prestadores de cuidados de saúde da região do Mediterrâneo tem como objectivo, não só divulgar e partilhar conhecimento e práticas mas também apresentar propostas a nível local e internacional.
Neste contexto, a Aliança Alzheimer do Mediterrâneo decidiu lançar um
inquérito nestes 14 países, em 2014, a fim de elaborar uma atualização
dos dados sobre as necessidades nestes países e uma análise das questões científicas, médicas e sociais emergentes no Mediterrâneo.
O estudo ALZMED foi conduzido entre Junho de 2013 e Junho de 2014 e baseou-se numa revisão da literatura, apoiada e valorizada por vinte entrevistas com especialistas científicos. O estudo inclui 11 tópicos: Prevalência, Políticas Públicas, Direitos e Ética, Custos socio-económicos, Diagnóstico, Cuidados em Instituição, Cuidados no Domicílio, Tratamento, Profissionais Prestadores de Cuidados, Cuidadores, Estigma, Cultura e Inclusão Social
Os resultados do estudo ALZMED demonstram que a Doença de Alzheimer ainda não é uma prioridade no Mediterrâneo. Do diagnóstico aos cuidados, a maior parte das necessidades não estão cobertas nestes países, verificando-se muitas discrepâncias de país para país.
Este estudo será utilizado para elaborar o Primeiro Relatório «Alzheimer e o Mediterrâneo», em 2015. Este Relatório irá apresentar as disposições atuais, questões e necessidades futuras no Mediterrâneo. Os seus objetivos serão ajudar a identificar, encorajar e organizar respostas adequadas em termos de cuidados, apoio, investigação e políticas públicas, e avançar com recomendações para transformar a doença de Alzheimer numa prioridade nesta região.