
Continua a decorrer a campanha da Alzheimer Europe para a subscrição online da Declaração de Glasgow, que apela à criação de uma
estratégia europeia para as demências e de estratégias nacionais em
todos os países da Europa.
Os signatários apelam também a todos os líderes do mundo para que reconheçam a Demência como uma
prioridade de saúde pública e para que desenvolvam um plano de ação
global para as demências.
A declaração, aprovada por unanimidade
pelos 26 membros da Alzheimer Europe presentes na assembleia geral anual da organização, foi lançada publicamente durante a conferência anual que teve lugar em Glasgow, de 20 a 22 de outubro de 2014.
A
Alzheimer Portugal traduziu a Declaração para português e tem vindo a divulgá-la nos seus meios de comunicação, muito em especial no Facebook. Já mais de 600 cidadãos portugueses assinaram a Declaração, sendo
Portugal o terceiro país com mais assinaturas.
Infelizmente, os decisores políticos não têm
mostrado o mesmo grau de envolvimento para com a causa. Apenas duas deputadas portuguesas do Parlamento Europeu – Marisa Matias e Sofia
Ribeiro – assinaram a Declaração de Glasgow.
O objetivo da Alzheimer Europe é conseguir até 30 de Novembro 10 000 assinaturas. Várias associações referiram que vão reforçar a sua campanha nacional para dar a conhecer as prioridades contidas na Declaração de Glasgow, aproveitando o 21 de Setembro.
Face ao número de assinaturas já
conseguido por Portugal, a expectativa é grande quanto ao que poderemos
conseguir daqui para a frente.
O formulário de subscrição está no site da Alzheimer Europe (https://www.alzheimer-europe.org/petition/sign/17969/in) e destina-se a todos os cidadãos europeus.
Os políticos ou representantes de organizações que desejam também assinar a declaração, podem usar o documento PDF disponível para download e enviar por e-mail para info@alzheimer-europe.org
Ajude-nos a lutar por um Plano para as Demências, tanto em Portugal, como na Europa e no resto do mundo.
Assine aqui: https://www.alzheimer-europe.org/petition/sign/17969/in
Declaração de Glasgow (versão traduzida para português)
Como signatários, comprometemo-nos plenamente a promover os direitos, a dignidade e a autonomia das pessoas que vivem com demência. Estes
direitos são universais e estão consagrados na Convenção Europeia dos
Direitos do Homem, na Convenção Internacional dos Direitos do Homem, nas Convenções Internacionais sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais e sobre Direitos Civis e Políticos, e na Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência.
Afirmamos que todas as pessoas que vivem com demência têm:
– Direito a diagnóstico atempado;
– Direito a aceder a apoio pós-diagnóstico de qualidade;
– Direito a cuidados centrados na pessoa, coordenados e de qualidade, durante o percurso da doença;
– Direito a aceder, com equidade, a tratamentos e intervenções terapêuticas;
– Direito a serem respeitadas como indivíduos na sua comunidade.
Acolhemos
com satisfação o crescente reconhecimento da demência como uma
prioridade de saúde pública, a nivel nacional e europeu, e apelamos aos
governos europeus e às instituições para que reconheçam o seu papel no sentido de assegurar que os direitos das pessoas com demência sejam
respeitados e acolhidos. Em particular:
– Apelamos junto da Comissão Europeia para que:
1. Desenvolva uma Estratégia Europeia para a Demência;
2.
Designe um representante de alto nível da União Europeia para coordenar
as atividades e a investigação no campo das demências, nos programas em
curso, tais como: o «Horizon 2020», o «Ambient Assistant Living Programme» (AAL JP), a «European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing» (EIPAHA), o «Joint Programme on Neurodegenerative Diseases Research» (JPND) e a «Innovative Medicines Initiative» (IMI).
3.
Crie um Grupo Europeu de Especialistas em Demência, composto por
representantes da Comissão dos Estados Membros e da sociedade civil para
partilha de boas práticas.
4. Apoie financeiramente as atividades da
Alzheimer Europe, o seu «European Dementia Observatory» e a sua
â??European Dementia Ethics Network», através do programa de saúde pública da Comissão Europeia.
– Apelamos aos Deputados do Parlamento Europeu para que:
1. Se juntem à Aliança Europeia de Alzheimer;
2.
Apoiem a campanha da Alzheimer Europe e das suas associadas para transformar a demência numa prioridade europeia e criar uma Estratégia
Europeia para a Demência;
3. Estejam acessíveis para as pessoas com demência, cuidadores e representantes das associações de Alzheimer dos seus países.
– Apelamos aos governos nacionais para que:
1. Desenvolvam estratégias nacionais globais para as demências, com financiamento específico e um processo claro de monitorização e avaliação;
2. Envolvam as pessoas com demência e os seus cuidadores no desenvolvimento e acompanhamento destas estratégias nacionais;
3. Apoiem as associações nacionais de Alzheimer e de outras formas de demência.
Acolhemos
com satisfação o reconhecimento internacional da demência como uma
prioridade global e reconhecemos o trabalho da «Alzheimer’s Disease
International» (ADI) e do grupo de países que constituem G7, na prossecução da ação global sobre as demências e apelamos à comunidade
internacional para que:
1. Acredite no sucesso da colaboração europeia sobre a demência e inclua as iniciativas europeias no desenvolvimento de um plano de ação global sobre a demência;
2. Inclua e consulte as associações de Alzheimer e as pessoas com demência
no processo de decisão e de definição de uma agenda global para a investigação;
3. Adote uma abordagem holística das prioridades na investigação por forma a que esta inclua os aspetos psicossociais e socioeconómicos, os cuidados e os sistemas de saúde, para assegurar que a investigação se destina a beneficiar as pessoas com demência no
presente e no futuro;
4. Aumente substancialmente o financiamento destinado a todas as áreas de investigação sobre demência;
5. Promova a demência como prioridade também noutros organismos
internacionais, como os países que compõem o grupo do G20, a Organização
para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE), a Organização
Mundial de Saúde (OMS) e as Nações Unidas.
Apoie a nossa campanha – assine a Declaração de Glasgow