
“O PAI” ganhou os Óscares de Melhor Ator e Melhor Argumento Adaptado e que aborda a demência na velhice.
Protagonizado por Anthony Hopkins (o pai, idoso) e Olivia Colman (a filha e cuidadora) ‘O PAI’ um filme muito interessante que tenta demonstrar o que sente uma pessoa com demência.
Enquanto peça de teatro foi premiado, e agora apresenta-se como um forte candidato aos Óscares de melhor papel principal e papel secundário. A própria realização é muito interessante.
Tocando ora o thriller, ora o humor negro, este drama familiar procura explorar o impacto da doença no próprio e naqueles que o rodeiam, sem esquecer a fragilidade e empatia que caracterizam a condição humana.
“O Pai” é um filme que nos leva a entrar no mundo da Pessoa com Demência. Reveste-se de um realismo desconcertante que nos faz duvidar da nossa própria perceção e interpretação sobre o desenrolar dos acontecimentos.
O que é afinal a realidade e o que é a alucinação, o que são os factos e o que é a história produzida pela mente de uma Pessoa com Demência? Ficam as dúvidas para além do final do filme, lembrando-nos a complexidade do mundo das demências, a exigência que recai sobre o cuidador familiar e a dura vivência da Pessoa com Demência.
Uma interpretação de excelência, já reconhecida mundialmente, que nos toca e entorpece o sentir abrindo lugar ao mergulho num estado confusional próprio de uma patologia devastadora, mas tão cheia de momentos que podem ser vividos com qualidade de vida e bem-estar.
Não obstante toda a realidade pesada retratada no filme, são também expressos os momentos de tranquilidade e de potencial terapêutico nas capacidades remanescentes, gostos e vivência passada do personagem como apelo direto ao respeito pelos direitos, dignidade e autodeterminação das Pessoas com Demência.
Este filme é um alerta para a sociedade, para uma atualidade e para um futuro cada vez mais próximo, que nos lembra a importância de a sociedade se tornar Amiga das Pessoas com Demência.