A Alzheimer Europe lançou hoje duas novas publicações: “Guia para cuidadores formais das áreas social e da saúde na prestação de cuidados interculturais a Pessoas com Demência” e “Políticas sobre  cuidados e apoios interculturais a Pessoas com Demência e seus cuidadores informais”.
O número de Pessoas com Demência nas minorias étnicas está a aumentar, uma vez que tem também aumentado o número de população migrante a envelhecer na Europa e alguns grupos étnicos apresentam maior risco de virem a desenvolver Demência. Embora muitos sintomas de Demência possam ser controlados através de cuidados adequados, mantem-se baixo o índice de recurso por parte das minorias étnicas aos serviços de prestação de cuidados na Demência.
A Alzheimer Europe respondeu a este desafio preparando, com um grupo de especialistas, um Guia para apoio aos cuidadores formais das áreas social e da saúde na prestação de cuidados interculturais na Demência, assim como um documento contendo diretrizes dirigidas aos decisores políticos.
A Associação sublinha o princípio de que todas as Pessoas com Demência devem estar cientes dos e ter acesso aos cuidados na Demência culturalmente adequados. Este trabalho decorre do relatório de 2018 da Alzheimer Europe sobre “O desenvolvimento de cuidados e apoios interculturais para as Pessoas com Demência das minorias étnicas”.
Neste Guia recentemente publicado, a Alzheimer Europe incentiva os cuidadores formais das áreas social e da saúde a:
prestarem às pessoas das minorias étnicas informação culturalmente adequada e percetível sobre a Demência, assim como indicar os serviços e apoios disponíveis;
certificarem-se de que as pessoas percebem que a Demência é uma doença e que os sistemas de saúde e sociais da Europa disponibilizam apoios e cuidados às Pessoas com Demência e às suas famílias;
pesquisarem que apoios ou serviços existem e que possam ser úteis, adaptando-os, se necessário, e desenvolvendo novas abordagens inovadoras que reflitam as necessidades e os anseios das pessoas das diferentes comunidades étnicas;
desenvolverem consciencialização, sensibilidade e competências culturais através de um processo contínuo de aprendizagem e intercâmbio entre os cuidadores formais das áreas social e da saúde e as pessoas das minorias étnicas.
A Alzheimer Europe apela ainda aos cuidadores formais das áreas social e da saúde para que reconheçam que qualquer Pessoa com Demência é única. Embora as Pessoas com Demência possam apresentar características e hábitos de um determinado grupo étnico, é importante não perder de vista a sua individualidade. Consciência e aceitação de diferenças culturais não devem nunca relegar para segundo plano o reconhecimento das muitas características que têm em comum as pessoas de todos os grupos étnicos. Pode e deve constituir uma base sólida para explorar as necessidades e os anseios de cada pessoa.
Os cuidados interculturais na Demência necessitam de apoio a todos os níveis. No documento, que contém extensas recomendações, a Associação apela aos governos para que atentem na discriminação cultural e interpessoal contra as pessoas das minorias étnicas, para tal melhorando consciências, sensibilidades e competências culturais em todo o sistema de cuidados de saúde e da área social. Apela-se também para que sejam abordadas as desigualdades inerentes nas políticas, práticas e procedimentos. Assumir um compromisso e investir em cuidados e apoios interculturais são passos essenciais para se alcançar uma sociedade justa, em que as Pessoas com Demência e os seus cuidadores, independentemente do seu background cultural, possam viver bem e prosperar.
Consulte aqui os documentos:
Guide PDF:
Guide online:
Policy Briefing PDF:
Policy Briefing online:
Luxemburgo, 17 de Dezembro de 2020