
Passados oito anos sobre a aprovação da Declaração de Paris, que teve lugar na Assembleia Geral da Alzheimer Europe de 2006, a Direção da Alzheimer Europe decidiu elaborar e submeter à aprovação das várias associações nacionais um novo documento que sistematiza as atuais prioridades do movimento europeu sobre as demências, liderado por esta organização europeia.
A Declaração de Paris foi um marco decisivo na história deste movimento e contribuiu significativamente para o crescente reconhecimento das demências como prioridade de saúde pública, a nível nacional, europeu e internacional.
A Declaração de Glasgow será apresentada na próxima Assembleia Geral da Alzheimer Europe que se realizará a 20 de Outubro na cidade de Glasgow. Ainda não existe a redação final deste documento mas pode-se desde já adiantar que o mesmo consubstanciará apelos:
– aos governos nacionais, para que desenvolvam estratégias nas quais as pessoas com demência e os seus cuidadores sejam envolvidos, bem como as associações nacionais, que devem ser dotadas de apoios para desenvolverem o seu trabalho;
– aos deputados europeus, para que se juntem à Aliança Europeia de Alzheimer, apoiem a campanha da Alzheimer Europe e das associações nacionais para transformar a demência numa prioridade europeia, e se coloquem ao dispor das pessoas com demência, seus cuidadores e associações dos seus países;
– à Comissão Europeia, para que designe um representante de alto nível para coordenar as atividades e a investigação na área das demências no âmbito dos vários programas em curso, crie um Grupo de Trabalho composto por representantes da Comissão, dos Estados membros e da sociedade civil para partilha de boas práticas, e financie as atividades da Alzheimer Europe e os seus planos para criar um Observatório Europeu para as Demências e uma Rede Europeia sobre Questões Éticas na Demência, através do seu programa de saúde pública;
– à Comunidade Internacional, para que inclua as associações de Alzheimer nos processos de decisão e na definição de uma agenda global para a investigação, adote uma abordagem holística da investigação que inclua os aspetos psicossociais, socioeconómicos, sistemas de saúde e os cuidados, aumente substancialmente o financiamento de todas as áreas de investigação no campo das demências, e promova a demência como prioridade noutros organismos internacionais como: G20, OCDE, OMS e Nações Unidas.