
No passado dia 25 de setembro, a demência foi formalmente incluída na Declaração Política da Assembleia Geral da ONU sobre a prevenção e o controlo de doenças não transmissíveis e a promoção da saúde mental e do bem-estar.
Nesta Declaração, reconhece-se que:
– as doenças não transmissíveis, a saúde mental e o bem-estar estão intimamente interligados à saúde do cérebro e às doenças neurológicas;
– as perturbações mentais e as doenças neurológicas contribuem para a incidência e o impacto global das doenças não transmissíveis;
– as pessoas que vivem com problemas de saúde mental e condições neurológicas também apresentam um risco aumentado de outras doenças não transmissíveis e, portanto, apresentam taxas mais altas de morbilidade e mortalidade.
E enfatiza-se que as perturbações mentais, incluindo ansiedade, depressão e psicose, podem coexistir e interagir com doenças neurológicas, tais como a doença de Alzheimer e outras formas de demência. Acresce que a demência partilha muitos fatores de risco com outras doenças não transmissíveis importantes e a investigação demonstra que até 45% dos casos de demência podem ser atrasados ou até mesmo prevenidos, pelo que a inclusão nesta declaração também vai contribuir para uma melhor integração das mensagens sobre saúde.
A inclusão da demência na declaração representa uma mudança fundamental. A demência, que se prevê que se torne a terceira principal causa de morte em todo o mundo até 2040, será agora reconhecida como uma importante prioridade de saúde pública e no âmbito das doenças não transmissíveis.
Este é um momento importante que reflete a voz de milhões de famílias e organizações que têm apelado à ação.
Após este acordo prévio dos Estados Membros sobre a declaração, espera-se agora a sua adoção formal na próxima reunião da Assembleia Geral que se realizará no próximo mês.
Para a Alzheimer Portugal ”este é um marco inédito que contribuirá decisivamente para o reconhecimento efetivo das demências como uma prioridade a nível global e que poderá afetar positivamente o investimento na investigação, a implementação de estratégias para reduzir o risco de demência, a generalização do acesso a cuidados específicos e centrados na Pessoa ao longo de todo o percurso e a desconstrução do estigma.”
Aceda à versão inglesa da Declaração AQUI.