Dados de um estudo divulgados na terça-feira na Mayo Clinic Proceedings sugerem que as estatinas não afectam negativamente a memória de curto prazo e, de facto, podem reduzir o risco de demência, quando tomadas durante mais de um ano. “Por causa do seu efeito sobre as artérias a reduzir ou estabilizar a placa, e prevenir acidentes vasculares cerebrais (AVC), faz sentido que as estatinas possam ser protectoras no cérebro contra a demência”, disse o autor do estudo Seth Martin, avança o site FirstWord.

Segundo fontes, os investigadores da Johns Hopkins reviram 16 estudos envolvendo mais de 23 mil doentes sem história de distúrbios cognitivos, incluindo oito estudos que avaliaram os efeitos do uso de estatinas a curto prazo sobre a memória e a função cognitiva e outros oito estudos que avaliaram o impacto do uso de estatinas a longo prazo sobre o risco de doença de Alzheimer e outras formas de demência. Doentes nos estudos foram acompanhados durante até 25 anos.

Os investigadores concluí­ram que a utilização da estatina a curto prazo não teve efeitos adversos sobre a memória e cognição, mas o uso da estatina por mais de um ano pareceu reduzir o risco de demência em 29 por cento. Embora os investigadores não tenham avaliado as estatinas individuais ou em doses diferentes, Martin observou que os efeitos do fármaco sobre a memória, atenção e organização são provavelmente semelhantes entre os diferentes tipos de estatinas.

Em 2012, a FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) determinou que os rótulos das estatinas fossem actualizados para alertar para os riscos de perda de memória, bem como diabetes, depois de alguns doentes que tomaram o fármaco terem relatado sintomas de perda de memória e confusão. No mês passado, os dados da pesquisa apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia sugerem que as estatinas de alta potência poderiam reduzir o risco de demência em dois terços.

Fonte: RCM Pharma