A experiência foi levada a cabo com animais e abre caminho para novas possibilidades no tratamento de humanos.

Um estudo, publicado na revista “Science Translational Medicine”, abre caminho ao desenvolvimento de tratamentos capazes de parar a doença de Alzheimer antes do seu aparecimento, ou seja, antes da ocorrência de qualquer dano importante no cérebro do paciente.

Doença neuro-degenerativa, atualmente incurável, o Alzheimer tem uma evolução lenta e o aparecimento dos primeiros sintomas “leva mais de 10 anos (…) sendo este período pré-clínico [antes do aparecimento dos primeiros sintomas], o momento ideal para intervir”, refere o artigo científico.

Parte de uma equipa internacional, de acordo com a Lusa, Luí­s Maia verificou que “as alterações ocorridas no fluido cefalorraquidiano (líquido em torno da coluna vertebral e do cérebro) de dois modelos animais (ratinhos) da doença de Alzheimer eram paralelas à progressão da doença, podendo ser utilizadas para monitorizar a doença sem recurso aos sintomas”.

A observação de algumas alterações biológicas que sinalizam a doença permitiu a obtenção de informações sobre o avanço da doença. A conclusão retirada da experiência”foi particularmente interessante” já que “abre a possibilidade de finalmente ser possível intervir durante o período pré-clínico da doença”.

Os cientistas dizem ser necessário continuar a investigar, mas consideram possível que os ratos transgénicos possam ser “usados para testar novos medicamentos para a doença de Alzheimer”.

O estudo foi realizado no Institute for Clinical Brain Research in Tübingen, na Alemanha, e no Hospital de Santo António, no Porto.

De acordo com dados relativos a 2010, o número de doentes com Alzheimer ascendia a 36 milhões, a nível mundial. Especialistas esperam que, até 2020, este número duplique, estimando-se que o número duplicasse em 2020.

A doença aparece normalmente com o aumento da idade e destrói o cérebro, causando perda de memória, da linguagem e da perceção do tempo e do espaço.

Em 2010, a Organização Mundial de Saúde calculava que ao todo tenham sido gastos 640mil milhões de dolares (cerca de 490 mil milhões de euros) de com pacientes de Alzheimer.

Fonte: Jornal de Notícias